lua cheia
redonda
feito bola dourada
pendurada no céu
de agosto
na terra
adoração silente
dos homens sentados ao redor da fogueira com seus cigarros de palha
e dos cães solitários que antes uivavam
no ar
— espirais de fumaça devaneios e silêncio —
nada se move
— instantes sem avessos —
olham para a lua
ora miram os pés fincados na terra
tudo é vastidão
tudo é poesia em versos irregulares
noturno e solitário um curiango
canta
vento poeira folhas
na quebra do tempo
tudo é vastidão
Nirlei Maria Oliveira (Campinas, SP)