Editorial Vol. 4 | n.º 3 | fevereiro de 2016
— 15 de fevereiro de 2016Dizem que, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. Que até aí as coisas não engrenaram ainda. Que as empresas estão funcionando a meio gás. Que a beira da praia está com todo o gás do mundo reunido embaixo de guarda-sóis e corpos molhados.
Dizem que, em Portugal, ainda não se definiu se é feriado ou não. Que os portugueses querem ter direito a descansar. Que estão fartos de falar em crise. Que ainda não decidiram se é certo ou errado falar um pouco de prazer.
Dizem que existe uma única voz para um povo. Que todos falam por um, um fala por todos porque é fácil, assim, classificar. Dizem, por outro lado, que cada ser é independente e que não existe nem o brasileiro e nem o português.
Dizem que as pessoas gostam de lutar e trabalhar por causas justas, embora digam também que o individualismo vai acabar com a humanidade.
Dizem que a literatura é muito importante, o difícil é ter tempo para ler.
Dizem que o mais importante é saber exatamente o que se quer dizer, ainda que não se diga explicitamente e se acabe dizendo outra coisa.
Dizem que é esse o ofício do escritor.
Dizem que é disso que se trata essa revista.
Dizem.
As editoras
Ilustrações
VINICIUS NAKANDAKARI| FLICKR | FACEBOOK | SEUBOI@GMAIL.COM
Textos:
ANDERSON FREIXO |ASSIM É SEMPRE, TIRANDO AGORA
ANDRÉ LUIZ LADEIA | LAVOISIER ÀS AVESSAS
ELLEN MARIA | LISTA DE PRESENÇAS
GABRIEL ATAÍDE DE LIMA | JULIEN
LUCAS HAAS CORDEIRO | AB-SINTO
MAIRA MOURA | CRIMES PARA MOÇAS SOLTEIRAS
MAURICIO BORBA FILHO | LISBOA050715
NAYARA MOREIRA | FICÇÃO CIENTÍFICA
PEDRO IVO | O ENCONTRO DA FUGA OU A FUGA DO ENCONTRO
SARA TRIGO | O VOO DA ANDORINHA
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