teus ombros altura do empire | astronauta de pulôver azul neón
— 25 de abril de 2017uma hora sequer
que teus olhos não
me percorram a memória
vidro sobre a foto
na ponta da escada
semblante & queda
que ano
que dois mil e oito desgraçado
as sacolas vazias
uma nesga de sol beijando o piso frio
teus ombros altura do empire
eu monumento tombado
as compras à espera dos armários
o menino de nariz sujo
junto tudo o que vejo
três cenouras na bolsa
esqueci-me das fraldas
as janelas fechadas
uma nesga de sol beijando os pés frios
calor
único toque não lembro
fechadura trancada
duas voltas
vou e volto: confirmo
duas voltas na chave
teus ombros altura do empire
sombra sobre o rosto
tinta óleo gravura expressionismo
não enxergo nada
apenas sombra & eco
silhueta de meia hora
que gesto
que corpo ocupa esse espaço?
a casa silêncio
uma nesga de sol beijando o piso frio
o vidro que quebra
recordação & culpa
minha culpa
minha máxima culpa
FABÍOLA WEYKAMP tem seu primeiro livro de poemas “Resenhas da solidão – um livro de poesia e dor cotidiana”, publicado pela Editora LiteraCidade, Belém/PA, 2015; obra ganhadora do Prêmio LiteraCidade Jovem, 2014. É colunista da Revista Subversa | FABIWEYKAMP@YAHOO.COM.BR
Ilustração: @lilabitten [instagram]
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