nunca quis o vento habitasse órbitas | Astronauta de Pulôver Azul Néon
— 25 de janeiro de 2018Fabíola Weykamp
nunca quis o vento habitasse órbitas
o sorriso semblante da lua
na menina que da janela se esconde
atrás da cortina onde moram girassóis
e trocam de posição de hora em hora
nos dias de céu nublado
nunca quis o vento habitasse órbitas
repetiu da janela
por detrás do manto de colchas
cobrindo seus olhos
seminus de esperas sagradas
nunca quis o vento
e uma janela escancara a violência das nuvens
habitasse órbitas
e o girassol inclinou sua vontade obcecada e obediente
quase predestinada das azaléas
por cima das estrelas
onde o universo goza com nossas solidões
e o germinar e o florescer acontecem quando o tempo insiste
em não ser tempo e só o é quando muito
quando além do vento mais ninguém vê
FABÍOLA WEYKAMP tem seu primeiro livro de poemas “Resenhas da solidão – um livro de poesia e dor cotidiana”, publicado pela Editora LiteraCidade, Belém/PA, 2015; obra ganhadora do Prêmio LiteraCidade Jovem, 2014. É colunista da Revista Subversa e está editando novo livro para publicação | FABIWEYKAMP@YAHOO.COM.BR | Clique aqui para ler mais textos da Fabíola.
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