XXY | Felipe G. A. Moreira
— 13 de maio de 2018Nesse carnaval,
saio com o rosto de Dylan Klebal, com o de Erico Harros––
desbotár-tratar-lo-e-rei
Quando não sou nenhuma poeta.
Meu nome próprio é
Eu Queria Dizer Qualquer Outra Coisa que Eu Não Estou Dizendo.
Meu nome próprio é
A Garota que não é uma Garota.
Meu nome próprio é
Eu Queria Estar Fazendo Qualquer Outra Coisa que Eu Não Estou Fazendo.
Poetas foram substituídos por assessores de imprensa.
Entre eles: há excessiva falta de higiene.
Eu sou A MENINA RODAMOÍNHO.
Eu sou A garota de leite Quick de morango.
Eu sou aquele que é O Homem.
Me chame de F.G.A.M.
Caríssima Sociedade das Anônymos Comstrangedoras,
é tempo de colocarmos nosso bloco na rua.
Careço de um cheiro de vocês.
Eis o nosso domínio: A Vontade de Eu Não Sei Que Inferno Eu Quero.
Que nos ama
tanto quanto ela ama qualquer outra coisa qualquer ––o gato, a neve,
e os cacos de vidro estraçalhados das lâmpadas que faziam charme de Sol.
Eu sou O Terrorista.
Não sou nenhuma terrorista.
Eu sou aquela que escuta aliens.
Me chame de A Ufóloga.
Anônimoz Comstranjedoraz do mundo, uni-vos!
Contra os poetas! Contra o metamodernismo!
É tempo de termos tempo.
FELIPE G. A. MOREIRA nasceu em 1984 no Rio de Janeiro. Publicou a peça poética, Parque (2008, Revista Zunái online) e o livro de poemas, Por uma estética do constrangimento (2013, ed. Oito e Meio). No momento, trabalha no que espera tornar seu novo livro de poemas, Sequestro público da senhorita saúde (ainda sem editora). Ele também trabalha como professor de filosofia da Universidade de Miami e na sua dissertação de doutorado sobre metafísica, Disputas: a incomensurável grandeza das micro-guerras.
Leia os artigos anteriores do Felipe AQUI.
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