(sem título) | Thássio Ferreira
— 16 de dezembro de 2019nem tudo que finda
vai se exaurindo
des-aparecendo
como o fim
do amor
por exemplo
ao longo
do fio
do tempo
como a maré
num único dia
(próximo àquele
outro fio:
do equador)
vai subindo
(pre)enchendo
as ranhuras
da pele
da praia
(os fotógrafos chamariam
este efeito de
time-lapse)
ou como
a umidade
se infiltrando nas paredes
subindo também
amolecendo os tijolos
impregnando tudo
que é sólido
de um desmanchamento
que virá
como aos barrancos de areia
na maré cheia
ou como outras
(metáforas de) águas
que também vão
preenchendo o poema
com seu próprio fim.
Thássio Ferreira | Rio de Janeiro, Brasil | thassioescritor@gmail.com.
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