Editorial Vol. 12 | n.º 04 | abril de 2020
— 14 de abril de 2020
“Fala-se insistentemente de um silêncio qualquer, mas está-se muito abafado pelo ruído global”
Alberto Pimenta
Podemos fazer pelo menos duas afirmações complementares sobre a revista: um, que ela fala / dois, que ela cala. O silêncio, como disse o poeta Eugénio de Andrade, é nossa maior tentação. Ele não disse isso porque era um isentão, em nosso entender. Ele disse isso porque o seu trabalho era, em grande parte, silenciar a tagarelice do mundo; dizer o mínimo. Não há forma fixa no silêncio. Dentro do seu som, podemos dizer que a revista se cala para que o outro fale; ou que há gente calada demais no mundo; ou que os falantes e ouvintes devem-se alternar regularmente; etc., etc., etc. Somos uma rede de silêncios que abrem espaço para outros silêncios serem criados, e depois ditos de outra forma, e por aí afora. Estas palavras são o máximo que conseguimos dizer a cada número. E ainda assim estamos dizendo tudo aquilo que calamos, outra vez. É o suficiente.
Esperamos que tenham todos uma boa leitura.
As editoras.
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