Editorial Vol. 12 | n. 03 | março de 2020
— 19 de março de 2020“Despertada de seu sono forçado, a literatura é capaz de transmudar a realidade e transformá-la em ação. Eis a contradição à qual está aprisionada, pois ao mesmo tempo em que nasce de um impulso ao movimento – e o deseja ardentemente –, a todo instante está prestes a sucumbir à indiferença. Logo, é com essa dupla circunstância que a criação literária tem de conviver”.
(Daniel Bomqueiroz)
Neste momento em que a rua cala e o íntimo fala, nosso editorial de março se contenta com a sorte de termos dez textos novos para apresentar ao público nesta valorização repentina do ato de ler. Achamos que a Subversa não precisa escrever algo novo agora em seu editorial, uma vez que eles são sempre feitos com os elementos da literatura que publicamos. Se tudo é novo, só não é nova a saída da arte literária do seu esconderijo, “despertada de seu sono forçado”, como disse o poeta Daniel Bomqueiroz, autor de diversas colunas poéticas outrora publicadas na revista. Saída nova e velha. A literatura não escolhe sair da penumbra. É a qualidade do toque humano que dita essa regra, assim como a qualidade da beleza que somos capazes de ver. Diferente de ser precário, o toque humano nos parece escasso. Voltamos ao grau zero, sempre, para recriar o mundo.
– A literatura precisa de todos nós, porque, sobretudo, nós é que precisamos dela, principalmente aqueles que não sabem disso.
– Sejamos nós os renovadores desta vida terrena (Zoroastro)
– Só alguém muito ingênuo pensaria que o mundo gira por outra razão que não seja a razão de se fazer literatura.
– A função do escritor é proceder de modo que ninguém possa ignorar o mundo, nem alhear-se dele.
Desejamos a todos uma boa leitura.
Clique nos textos para ler:
Edwardo Silva | caleidoscópio de sistemas lógicos paralelos
Isadora Lobo | Girafas de vidro nas estantes
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